quarta-feira, 13 de julho de 2011

Capoeira, a arte marcial brasileira.


Pra quem não acreditava que eu fazia capoeira, a lá eu careca!
A Capoeira significa mato ralo e surgiu na época da escravatura do Brasil, não se sabe a data e acredita-se que tenha nascido no Quilombo dos Palmares, como uma forma dos negros se protegerem dos senhores de engenho. Para não levantarem suspeitas, eles introduziram musica e cantorias. Em Santa Rosa de Viterbo, possui um grupo chamado Cativeiro e tem uma sede no bairro de Nhumirim, onde praticam jovens e crianças.

Foto meramente ilustrativa
Os escravos que eram capturados, ao voltar para o engenho, ensinavam os outros negros cativos essa forma de defesa chamada Capoeira, que assim como o Candomblé, religião africana, era cercada de segredos. Quando a Capoeira chegou as cidades, ganhou uma certa malandragem, usando de ginga  para ludibriar o adversário.
Capoeiristas organizados em bandos em Salvador faziam muita arruaça, o que reforçou o caráter de marginalização. A Capoeira só foi legalizada em 1930 com o presidente Getúlio Vargas. Perguntado para Weverton Antônio Emídio Lopes,14 anos, se a Capoeira ainda é descriminada ele responde “Tem uns que tem (preconceito) e outros não, cada um tem sua vida e gosta do que gosta”. Ele é um aluno do grupo Cativeiro de Santa Rosa de Viterbo, que já tem 31 anos e agora tem uma sede no seu bairro, Nhumirim.

Para os praticantes, os golpes não são apenas simulação, seus golpes violentos são um exercício para o corpo e para a mente, mas essa violência preocupa as mães, como no caso de Dona Sebastiana de Fatima Emídio de 36 anos que reclama que seus filhos ficaram mais valentes, mas ela acredita que é apenas uma euforia de inicio. Mesmo assim ela aconselha “Incentivar as crianças é melhor do que ficar na rua fazendo arte”. O instrutor de Capoeira Eduardo Rigoli, 30 anos, avisa: “briga faz parte da vida, mas pode ser resolvida com um bom dialogo, o que não pode é usar de covardia bater nas pessoas, Capoeira é para se defender”
Um bom exemplo de que Capoeira já é mais aceita na sociedade é a de Paola Cristina Emídio Lopes que aos 9 anos é uma prova de que menina também pode gingar. Ela alerta que crianças tímidas devem praticar essa atividade corporal, “Capoeira dá energia”, diz a garota.

Musica

A única arte marcial com acompanhamento musical é a Capoeira. Os cantos africanos  foram incluídos para parecer uma dança e enganar os senhores de engenho. No inicio era feito apenas com palmas e tambores, agora numa roda de angoleiro é constituída por três Berimbaus (um grave, o Gunga; um médio e agudo, Viola), dois pandeiros, uma reco-reco, um agogô e um atabaque formando o conjunto ritmico completo.
O Berimbau é o símbolo da Capoeira, mas antes era usado por vendedores para chamar a atenção de seus clientes. Os ritmos são compassos binários em andamentos lento, moderado e rápido. O jogo de Capoeira começa quando os capoeiristas se benzem no pé do Berimbau e começam uma sucessiva troca de perguntas e respostas (que são os golpes), controladas pelo Berimbau e ladainhas que são respondidas pela roda.
Outro praticante de Capoeira Wellivelton Aparecido Emídio Lopes de 12 anos, a melhor musica é “Salomé, Salomé Capoeira é pra homem, menino e mulher, só não aprende quem não qué”.
Mestre Moraes já dizia “Capoeira é um dialogo dos corpos, eu venço quando o meu adversário não tem mais respostas para as minhas perguntas”. A ginga só acaba quando um terceiro compra a luta.                                                                               
                   Alguns mestres da Capoeira

Vicente Ferreira Pastinha (1889-1982), mestre pastinha, escreveu o primeiro livro do gênero, pondo a sua concepção filosófica, instituiu as cores amarelo e preto na Capoeira de Angola e criou o conjunto rítmico completo.
Mestre Caiçara ensinava as prostitutas e cafetões e gravou um disco que exemplifica os toques de Berimbau, faleceu em 1997.

Manoel dos Reis Machado ‘Mestre Bimba’ (1900-1974) é o pai da Capoeira Regional que é mais acelerada, mais em pé, exige potência rápida, combinação de chutes e poucos floreios. Já a Angola exige mais força, coordenação motora, muitos floreios e é mais lenta e mais no chão. Bimba criou o núcleo de documentação, com mais de 5 mil títulos, e também o ‘batismo’, onde o capoeirista ganha um apelido e um cordão que represente sua hierarquia. Tudo para aproximar pais e filhos, acabar com a marginalização, criar disciplina e companheirismo, Rafael dos Santos Teixeira de 15 anos segue essa ideologia, pois iniciou a prática da Capoeira graças a seus amigos. Bimba ainda foi responsável pela profissionalização da arte marcial brasileira.  

Bastidores da matéria 

“Aí que burro, dá zero pra ele”, nesse caso pra mim. Essa foi realmente a minha primeira matéria e não a do pocotó surrupiado do meu tio. Na verdade, minha professora de introdução ao jornalismo Raquel, encomendou-a como trabalho, pediu para cada integrante da Faccej (Facção Central do Jornalismo, como batizamos nossa sala) ou cada grupo fazer uma matéria livre, com o objetivo de examinar como estava a assimilação de sua matéria e não a nota em si. Agora vocês decidem, se essa é a primeira matéria ou apenas um trabalho, mas o que posso assegurar que foi minha primeira experiência como repórter e gostei bastante.
Fiz sozinho, solitário e acompanhado por mim mesmo, "Sou meio lobo solitário sempre sigo sozinho, desde de pivete tenho amigos mas me sinto sozinho", como diria o grande filosofo do rap Emicida. A Paola Cabeça de Coco foi a primeira pessoa que já entrevistei. A mais difícil foi com o meu professor, o meu amigo neguim foi junto comigo. Além das entrevistas (que tenho os áudios bem zuados guardados, se interessar eu mostro pra vocês mais tarde), fiz bastante pesquisa. A professora gostou bastante do resultado e queria que eu lê-se em voz alta para a sala, sarpei, sou muito tímido. É nessa hora que você deve me encher os pacová perguntando: “- Aííí, nunca vi um jornalista com vergonha, porque você esta fazendo esse curso então?” (Em breve farei um post só para explicar isso). No final dessa minha aventura jornalistica pioneira, tirei nove, passa a régua, de boa e fim de expediente

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