sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Vos apresento a Cronesia

Quem não gosta de uma bonita poesia?
 "A Poesia é um sortilégio que consiste em despertar sensações com a ajuda de uma combinação de sons; essa feitiçaria, graças à qual certas idéias nos são necessariamente comunicadas, de uma determinada maneira, por palavras que, entretanto, não as exprimem."
Théodore de Banville

Ou de uma crônica bem escrita?
" A crônica é a prosa curta, amena e coloquial, com toques de malícia e humor, sobre os fatos políticos da atualidade ou sobre os hábitos e costumes dos diversos segmentos sociais." 
Li essa frase em um monte de blogs, mas não sei de quem é, mas é bacaninha!


E se juntar esses dois estilos em apenas um só? Pois é, em mais um desses meus momentos de ócio criei a Cronesia. Não é  a pura e simplesmente junção desses dois textos, mas consiste em juntá-los para transformar numa nova escrita. Esse estilo literário, se podemos chamar assim, é divido em três partes, ou textos. A crônica lida separadamente, a poesia isolada do restante, separada por colchetes da crônica, e a cronesia, que é a leitura de ambas ao mesmo tempo. 

 Definições não é o meu forte, mas vamos ao que interessa, eis a budega cobaia!

 
Vai ter que me agüentar pra sempre! [Um desses inúmeros e repetidos dias, que eu queria reviver]
Contei-te várias vezes, mas vou eternizar em palavras. [Eram tempos de oitava série] Seu primeiro dia de aula e já te mandaram encapar livros, para sua sorte ou azar eterno, fui designado para acompanhar-te, junto com outras colegas que não vem ao caso. [Um desses inúmeros e repetidos dias, que eu queria reviver] Fiquei te observando e fazendo algumas graças. Você ficava sem-graça (só naquela época mesmo). [Na escadaria do Teófilo] Por não sei o que me deu na cabeça meio oca, perguntei se me achava bonitinho. [Onde eu ficava deitado no seu colo] Quase que sem titubear, sua resposta foi não! [Meu cabelo era alvo de seus mimos] Travei! [Era enrolado] Foi à melhor resposta, pois causou um efeito ao contrário. [Penteado com a mão] Meu interesse por você foi aumentando. [Bagunçado, até um veredicto seu, que apontava se tinha sido lavado ou não na última noite] Nos apegamos muito rapidamente. [Era vitimado por abraços deveras apertados] Éramos quase inseparáveis. [Muitas das vezes nem falávamos nada] Trabalhos, provas, recreio, tudo junto. [Eu às vezes de olhos fechados, e outras olhando para a quadra] Foi uma época de suma importância pra mim. [Você sempre sorrindo] Eu não tinha amigas e me sentia bem assim. [Mas nos entendíamos pelo olhar] Leigo engano. [Tínhamos discussões construtivas, outras nem tanto] Você se tornou minha amiga, melhor amiga e minha irmã! [Olhando pra você me via, pela lente dos seus olhos] Eu não era muito bom com palavras e muito menos demonstrar sentimentos. [Na verdade, em sempre te via do meu lado] Acho que a única forma que eu encontrava para dizer o quanto gostava de ti, era fazendo gols na educação física e apontando pra sua pessoa. [Adorava pegar em minhas mãos] Missão dada, era missão cumprida. [Bobo, era um dos seus adjetivos para me elogiar] Fomos até convidados para “trabalhar” na rádio da escola [outros amigos, que não levam mais esse título, iam conversar conosco] Muito de mim hoje, creio que dedico a esses momentos [Mas era um momento só nosso] Como diz o sábio Antoine Saint-Exupéry [Que podiam parecer horas, ou minutos, não tinha preocupação com o tempo] Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas” [Só queria continuar junto com você] Em outras palavras: Tu tá ferrada, rapá, vai te que me agüenta pra sempre!