segunda-feira, 23 de maio de 2011

Dioguinho, o maior bandoleiro roceiro paulista

Diogo da Rocha Figueira, depois conhecido como Dioguinho, foi o maior  matador da nossa região. Há mais de 100 anos ele desapareceu em um tiroteio no rio Mogi. Tudo indica que tenha morrido nesse encontro com a polícia, embora haja quem garanta tê-lo visto em outros lugares, e que ele ainda esteja vivo.
A história de Dioguinho sobrevive nas histórias contadas pelo empresário Celso Murari e pelo aposentado Fernando Xavier, este residente do Asilo São Vicente, em Santa Rosa.
Em 2002 virou livro pelas mãos do jornalista santarrosense João Garcia: ‘Dioguinho, o matador de punhos de renda’.
Ele era um homem magro, de 1,75m, cabelos pretos divididos ao meio, um belo par de orelhas, nariz e bigodes finos, olhos castanhos. Deixou Botucatu, sua cidade natal, e mudou-se para São Simão atraído pela grande valorização de terras, o auge da cultura do café e a grande procura de agrimensores. Foi porteiro do juizado, funcionário da cadeia pública e oficial de justiça, mas acabou sendo conhecido e temido quando se tornou assassino por encomenda, pelos fazendeiros poderosos, que em troca acobertavam seus crimes.

Um agrimensor que virou matador

A vida de Dioguinho é repleta de lendas e mistérios. Alguns acreditam que entrou na vida do crime porque um homem matou uma cabra da sua família, e ele cobrou a vida do ladrão em troca. Há quem diga que ele matou um funcionário de um circo itinerante que abusou de uma sobrinha sua. Ainda se fala que o gerente de um circo foi morto por ele porque deu um tapa na cara de Joãozinho, seu irmão.
 Pode-se afirmar que Dioguinho foi causador de mais de vinte crimes registrados em cartórios. Era tido como uma pessoa dura, sempre estava armado, mexia cachaça com o revólver, vestia-se muito bem, era maçom e tinha boas montarias. Uns juram que era “pegador” e tinha duas mulheres ao mesmo tempo. Há quem garanta que ele era pederasta.
Celso Murari conta a seguinte história:
- Certa vez uma moça estava indo sozinha para São Simão e acabou encontrando Dioguinho, que lhe perguntou se não tinha medo de andar por aquelas bandas sozinha. Ela disse que sim, mas tinha necessidade de chegar a São Simão. Dioguinho se dispôs a acompanhá-la e ao chegar ao seu destino agradeceu muito àquele cavaleiro que tomou seu rumo novamente. A moça rasgou elogios àquele cavaleiro educado que lhe tinha feito companhia, mas ao descrevê-lo para as pessoas, acabou descobrindo que ele era Dioguinho. A moça passou muito mal, ficou com tremedeira e se acalmou depois de muito tempo com a ajuda de um copo de água com açúcar. 

 A índia pelada
- Minha avó, que era índia, foi enjaulada por Dioguinho - lembra Fernando Xavier.
Maria Conceição era o nome dessa índia de aproximadamente 20 anos, que além de andar nua, era canibal de nascença, mas não de atos.
- Não achava certo comer seus semelhantes, e por isso fugiu da aldeia. Acabou se deparando com Dioguinho, dando início a este causo.
Sabendo que os índios daquela região tinham o hábito de comer gente, Dioguinho fez um laço e prendeu aquela índia que cruzara seu caminho. Ela era tão feroz que tentou serrar as cordas com os dentes. Ficou aprisionada no porão da casa dele, dentro de uma jaula, por aproximadamente uma semana, na tentativa de “domesticá-la”. Maria Conceição fingiu-se de “mansa”, e conseguiu fugir. Dioguinho tinha uma cadela chamada Pantera, que foi colocada na trilha deixada pela fugitiva. O animal seguiu aquela trilha até o final, mas a perdeu. Na verdade, ela se pendurou numa latada de cipó, e por sua sorte nem o matador, nem seu cachorro tiveram a lucidez de olhar para cima.
Muitos anos mais tarde, Dioguinho, passando a cavalo por Cravinhos, reencontrou sua ex-cativa com um bebê no colo, se reconheceram, mas apenas trocaram olhares. Aquele neném era a tia de Fernando Xavier, chamada Benedita. Maria Conceição se casou com um baiano, e mais tarde deu seu nome para a irmã de Benedita, mãe de Xavier.

Três alternativas de morte: Veneno, punhal ou revolver?

Existem várias histórias e estórias de Dioguinho, que são contadas de formas semelhantes em épocas diferentes, que fazem parte do folclore popular.
Essa narrativa é de um fazendeiro que contratou um professor particular para dar aula a sua filha. Ele não queria que ela tivesse contato com o mundo, então a isolou. O professor acabou abusando da filha do fazendeiro que, muito irritado com essa traição, contratou Dioguinho para matá-lo.
O matador de encomenda, quando colocou as mãos no professor, deu-lhe três opções de morte: veneno, punhal ou revólver. O catedrático optou pelo copo de veneno.

O fim de uma lenda

 Até hoje não se sabe ao certo o final de Dioguinho. Sabe-se que ele, por muito tempo, foi protegido por fazendeiros, mas acabou sendo encurralado no rio Mogi pela polícia. Desse encontro saem algumas vertentes; alguns acreditam que ele morreu, outros não. Fernando Xavier é adepto da teoria segundo a qual ele fugiu para o Paraná. Dioguinho teria trocado tiros com a polícia, embarcado numa canoa no rio Mogi, no primeiro dia de maio de 1897. Joãozinho seu irmão, que estava junto, foi morto, e Dioguinho levou um tiro no peito. Não morreu devido à proteção de uma medalha de Santo Antônio, e caiu de costas na água. Os policiais continuaram a atirar e acertaram duas pedras próximas ao rio, que Fernando Xavier jura ter visto. No final dessa ofensiva, Dioguinho sumiu. Xavier assegura que ele morreu de velhice aos 130 anos no Paraná.
Há ainda quem acredite tê-lo visto em diversos lugares diferentes.


                                              Bastidores da Matéria

Dizem que usei de um humor falso moralista e semi fascista (nem sei o que é)  nos meus últimos posts, rebaixando gatos a nada, para me sentir superior, ainda usei resquícios de bullying. A classe felina ficou muito chapada comigo. Espero que vocês também não tenham cometido essas falhas, é muito foda ser politicamente correto, praticarei o humor do bem. Para minha redenção irei elucidar minhas elucubrações pseudo-insanas com enxurradas de sentimentos e uma chuva de meteoros da paixão aparvalhadamente basbaques, me valendo das sete virtudes do homem no nível físico:esperança, amor, temperança, prudência, justiça, fortaleza e fé. Pena que meu blog ainda não possue tecla SAP, pois às vezes nem eu entendo o que estou escrevendo.

Esperança: Se você acha que o Osama Bin Laden é campeão mundial de Pique – Esconde, conheça Dioguinho, o maior assassino do interior paulista, que assim como o terrorista, ao morrer seu corpo sumiu em um rio, a diferença é que o bandoleiro esta sumido desde 1987, e como aprendi na infância, sem corpo não há morto, a esperança continua!

Amor: Queria pedir, por favor, um minuto de silêncio para o companheiro Bin Laden e para o companheiro Dioguinho. Amador por uns, odiados por outros. É o amor!

Temperança: Fui uma espécie de psicólogo para o Fernando Xavier, enquanto ele falava, fiquei em estado de Corby (dar uma super atenção ao que a pessoa fala, deixando ela muitas vezes constrangida com tanta audiência). No limite certo de não ser super atencioso e desatento!   


 Prudência: O Grêmio Prudente voltou a ser Barueri, muito prudente da parte deles! Mas voltando... Por livre e espontânea pressão do professor de Comunicação de alguma coisa, fiz essas entrevistas, li o livro, escrevi e publiquei a matéria. Ele disse que iria me reprovar se eu não fizesse, por fim, ele nem leu. Fui sábio, ou não, mas o que importa é que não reprovei e tudo certo!

Justiça: Após a entrevista com Fernando Xavier, joguei algumas partidas de dominó com ele. Acho justo!

Fortaleza: O Fortaleza não foi campeão estadual de novo, mas não é isso que eu quero falar. Depois de um desastre no ultimo programa de radio na faculdade, duma professora e inúmeras outras pessoas falarem que eu deveria fazer artes cênicas e não jornalismo e em busca pelo bem interior escrevi!

Fé: “Nem sempre se pode ter Fé, mas nem sempre
a fraqueza que se sente quer dizer que a gente não é forte”. Gabriel O Pensador. Ganharei no Hiper Cap um dia, tenho fé!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Se não é o Chiquinho Mineiro, nada fica limpo.


Há 48 anos morador do bairro de Nhumirim, o aposentado Francisco Severino da Silva, ou simplesmente Chiquinho Mineiro de 76 anos é a personificação do que é a prática de cidadania. A mais ou menos oito anos, ele cuida de um terreno próximo a sua casa, que por muito tempo ficou abandonado, cheio de braqueara, e até jararaca.
Chiquinho Mineiro, como o apelido sugere, veio de Minas Gerais, onde nasceu na cidade de Aparecida da Conceição. “Tem vários Chiquinhos, mas como vim de Minas, ficou Chiquinho Mineiro mesmo”, explica
“Ninguém pediu, mas ninguém proibiu, e além do mais, gosto de fazer esse trabalho”. Foi o que Chiquinho respondeu perguntado por que ele toma conta daquele terreno, se nem é sua obrigação.
Depois de limpar todo o local, plantou mangueiras, sete copas, abacateiro, João Bolão, ypê, mamoeiro, goiabeira, pinheiro, entre outras. A criançada faz a festa com as frutas. As árvores seguram o vento forte protegendo as casas vizinhas e mantêm a terra úmida. Uma vez um moleque quebrou um João Bolão, mas foi à única vez também que alguém o atrapalhou.
Chiquinho Mineiro não pretende plantar mais nada, acredita que a área já esta saciada e a cada oito dias, dá os cuidados básicos, como capinar e rastelar. João Bosco, 33 acredita que a prefeitura devia dar pelo menos o herbicida randape, já que o terreno é público e ninguém o ajuda. Chiquinho reclama que tem um galho de mangueira que esta próximo da fiação e a prefeitura deveria podá-lo.
Além de cuidar desse terreno, Chiquinho limpou toda a esquina da Rua Licínia Magalhães com a Rua dos Villas Boas que estava cheia de mato e ainda desentupiu um bueiro. Marcos Ferreira, outro morador de Nhumirim, é bem categórico nessa questão. “Se não é o Chiquinho, não fica nada limpo”.
Chiquinho se sente muito feliz vendo o seu serviço valorizado e alerta. “Não custa nada fazer isso, é só não ter preguiça, que não é nada difícil. Mas se eu parar é bem possível que ninguém tome conta.”
Chiquinho em frente a antiga estação de trem



 Bastidores da Matéria



Nota explicativa:
Em primeiro lugar eu queria deixar claro algumas coisas para vocês, e não é uma música do Luan Santana. Meus posts são divididos em matéria e bastidores da matéria, ou seja, a primeira parte é séria, tudo verdade e até publicado em jornal. A segunda é tudo de estranho ou excêntrico (como prefiro chamar) que acontece comigo nessas experiências arriscadas, com modificações da realidade, que passam tanto por comentários insanos, a fotos bizarras. O importante é que nunca inventei nada, apenas acrescentei informações para poder explicar melhor algumas situações.


Era domingo, estava exaurido depois de um racha de futebol, fui pautado pelo meu tio jornalista para entrevistar o Chiquinho Mineiro. Ele mora quilômetros luzes da minha casa, algo como dois quarteirões. Não o encontrei em sua casa, mas sim no terreno precursor da entrevista. Muito simpático e prestativo, respondeu todas as minhas perguntas e ainda me mostrou todas as árvores mencionadas na matéria. As outras duas fontes se interessaram pela conversa e deram sua opinião. Dessa vez usei uma técnica de título diferente, peguei uma frase do texto que ilustraria bem o assunto, como se fosse o olho de uma reportagem. Essa história ficou na gaveta durante alguns meses, em março para ser mais exato, saiu nessa última edição de maio.


Fique agora com mais um “Flagrantes da vida Real”.


Apresentador: Boa Noite! Mas boa pra quem? Mas um corpo foi encontrado estatelado pelas ruas da cidade. A Al Qaeda esta... Começar a chorar ou falar palavrões para dar mais audiência. O que diretor? Não era para ler isso? Tá bom, mas é pra enrolar mais na apresentação? Não grita meu ouvido, ele não é pinico! Desculpa telespectadores, foi apenas uma discussão sadia com o diretor. Vamos rodar a matéria pra... Q bsurdo, o povo nesse programa quer me ferrar, escrevem coisas para não serem lidas!


Arte rupestre de um gato!


Fazendo parte da paisagem!

Repórter: Essas mortes são uma retaliação da Al Qaeda pela morte de seu líder Obama, digo Osama Bin Laden. Essas foram às conclusões do CSI e do famoso detetive Sherlock Holmes. A vileza das mortes impressiona até os peritos mais experientes, que tem fortes motivos para crer que essa foi apenas a ponta do iceberg e muita coisa ruim ainda pode acontecer. “Nenhum lugar é seguro, desconfie até da sua sombra, seu carro pode explodir por acidente, sua vizinha baranga tão feia que parece homem, esse canhão pode ser um homem bomba, caminhões pode esbagaçar sua cabeça por acidente”. Isso é o que diz um bilhete perto do ultimo corpo encontrado por um morador que não quis se identificar, com medo de ser o próximo da lista. A segurança foi reforçada em demasia para conter o numero de atentados na cidade, foram recrutados um ou dois cadetes da renomada Matilha Ferracini de Ribeirão Preto.


Apresentador: A situação esta começando a fugir do controle. Muita gente esta sofrendo com essas mortes. (A câmera que só focava no rosto abre e mostra o apresentador vestido com uma roupa de boxeador e começa a gritar) Quero ver essa cambada de vagabundo vir me pegar (Dá um soco num saco de pancada), esses caras que se acham o dono do medo estou esperando. Pego todos vocês na calada. Cai pra dentro que aqui o sistema é bruto. Infelizmente nosso tempo já deu. Fiquem com uma poesia do grande mestre Carlos Drummond de Andrade. Um forte aperto de mão, um tapa na testa pra ficar esperto e um beijo na consciência. Obrigado pela audiência, fiquem com Deus e os anjinhos e tchau!


(A mesma vos masculo que apresenta o programa) Congresso Internacional do Medo

Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro,
o medo grande dos sertões, dos mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas,
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo de depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Santa Rosa precisa de “Toque de recolher”?

Assim como em Cajuru, Santa Rosa quer implantar o “toque de recolher” para menores de 15 anos, que não poderão ficar nas ruas após as 23 horas. Os pais estão de acordo, os filhos querem sair e curtir a noite. E você é contra ou a favor? Veja todas as opiniões:

Jeferson Junior, 14
“Eu discordo, isso é uma palhaçada.”


 Analice Ribeiro de Faria, 34
“Sou ex-usuária de drogas, se tivesse esse toque de recolher na minha idade, acho que não entraria nessa.”

Antônio Valquirio, 42
“Essa lei tenta melhorar a lei que proíbe o pai de bater no filho, mas sou a favor.”


Bastidores da matéria
Sem aberturas demoradas e embolações, vamos direto ao assunto, pois tenho um agregado exacerbado de excentricidades que conspiraram a favor dessa enquete.
Eu não postaria mais enquetes, pois não tem muito texto e fotos, mas dessa vez tem a estréia do programa “Flagrantes da Vida Real” Um corpo encontrado na Avenida, que ainda não foi retirado e um flagrante da fuga de estudantes de uma escola, me obrigando abrir essa exceção.
Antes de falar dos acontecimentos que mais interessam, queria relatar alguns fatos curiosos. Me senti muito jornalista quatro vez nessa busca incessante por conhecimento alheio, para no fim dedar pra todo mundo o que as pessoas pensam. Por duas vezes fui elogiado, uma por acertar a escrita de um nome pouco popular. A outra por ter ajudado uma mulher a organizar seus pensamentos para a resposta, ela disse gosta de falar com pessoas assim, com inteligência e discernimento. Após esse momento Video-Show de auto-elogio a mim mesmo, não posso me esquecer de falar da terceira parte do “me sentir jornalista”. Fui à porta de uma escola para colher informações dos que serão lesados com essa lei. Derrapei a bike alada no portão da escola e disse: “Quem quer sair no jornal?”, um vucu-vucu se fechou em torno de mim, apenas por curiosidade, falar que é bom nada. Meia hora foi o suficiente para conseguir o que eu queria, e o mais legal foi à desculpa de um mini Harry Potter para não falar comigo: “Minha vó não deixa dar entrevista!”, nem o pai do Neymar é tão rigoroso. Por fim no meio da entrevista com uma senhora, não sabia a idade correta dela, se defendeu dizendo que não tinha leitura, ficou pensando qual vinha depois dos 69, quase tive um momento Huguinho, tentando ajudar a Palmirinha a lembrar o nome da faca.

Fique agora com uma voz máscula que faz a entrada do programa: Flagrantes da Vida Real, com o repórter e apresentador Gabriel Carmello Caldas (A partir dessa semana a forma com que assino as minhas obras primas)

Apresentador: - Boa noite está começando mais um “Flagrantes da Vida Real”, o programa que você assiste porque quer, ou está cansado de Datena e Sonia Abrão. Ninguém esta te obrigando a assistir nada, a não ser seu vicio por sensacionalismo, morte, sangue e bizarrices sem sentido nenhum. Só aqui você não verá nada do Casamento real, mas muitos casos irreais. Vamos para os destaques da semana: Um bsurdo! Crianças fazem rebelião em escola e dão fuga nas professoras. Mistééééério! Um carro em alta velocidade mata um inocente e não presta os primeiros socorros.

Apresentador: - É com você Gabriel:

Repórter: -“Cerca de quatro moleques, que parecem mais anões de jardim, fogem da escola onde estudam, num bairro distante do centro e são flagrados no momento exato por duas professoras que estavam dentro dum carro e começaram a perseguição dramática aos fedelhos. Ao verem a figura das pessoas que são obrigados a aturar toda manhã param de correr e ficam encarando a uma distância segura. A professora começa a gritar com as pobres crianças que apenas queriam brincar: “O que vocês estão fazendo aí fora?”duas ou três saem correndo desesperadas, uma escondeu atrás de uma árvore e a última continuou com o olhar fixo na sua repressora. Sentindo que seu querido aluno não estava lhe respeitando ligou novamente o carro, e saiu quase cantando pneus, numa velocidade incrível de 10 km! As pobres criaturas conseguiram fugir graças a Deus e as maquiavélicas catedráticas ao verem que estavam sendo filmadas, fogem das nossas lentes”.                     
Apresentador: - Agora eu pergunto pra você mãe, sofrida, que cuida com o maior carinho de seus filhos, trabalha 12 horas por dia, deixa de comprar pão para comprar o caderno e o lápis de seu garoto, esperando que ele seja alguém na vida e se depara com essa situação, seu filho nas mãos desses profissionais nada capazes de lidar com crianças, que só querem se divertir e brincar, você acha certo? Eu fico muito revoltado com uma situação trágica dessa. Fale o que você pensa no nosso Tuirer e leio todos.

Apresentador: Assistam com carinho essa matéria!
Um cadaver ouve buzinas.

Um pobre gato de patinha quebrada!



Repórter: -“Segundo testemunhas, o motorista que atropelou o indivíduo na 
Avenida Presidente Vargas, não prestou os primeiros socorros à vítima, passando por alta velocidade pelo local, que se intensificou após percebeu que tinha passado por cima de algo. Tanto o motorista, quanto o carro não foram identificados. Não foram encontrados documentos no local, nenhum parente foi reconhecer o corpo. A polícia já abriu um inquérito para apurar o caso que abalou a cidade e pretende fazer um exame de DNA para poder identificar o cadáver. Cogita-se trazer o CSI ou até mesmo Sherlock Holmes para resolver esse enigma que parece insolúvel. O futuro Coronel Marques Ferreira disse em exclusividade para o Desocupado por Opção: “Usaremos de todos os artifícios legais para pegar esse pilantra, a partir de hoje, ele é o inimigo número da policia de toda a região. Isso é falta de Deus no coração! Se você estiver me ouvindo seu salafrário, fique tranqüilo, ou melhor, desesperado, não saíra impune dessa, eu seria a mosca na sua sopa, os monstros do seu pesadelo, o Shao Kahn do seu Mortal Kombat, o Rei Copa do seu Super Mário, George Hotz do seu Play Station 3, a Rebecca Black dos seus tímpanos e O Morre Deabo da sua mãe cuidado o perigo mora ao lado. Diz emocionado”.
Repórter: Mais um caso trágico na nossa querida cidade, mas como o nosso tempo é curto só comentarei no Tuirer. Esse é o fim de mais um “Flagrantes da Vida Real”, o programa que realmente é parcial, mas parcial a favor do pobre, do oprimido, daquele que realmente precisa da mídia para se defender, não de empresários e doutores, essa casta de patrícios que tomam conta do país. Um forte aperto de mão, um tapa na testa pra ficar esperto e um beijo na consciência. Obrigado pela audiência, fiquem com Deus e os anjinhos e tchau!

Papai Noel quer se aposentar


- Você não quer dar sua bicicleta para o Papai Noel? – perguntou-me um senhor de barba branca nas proximidades da rodoviária. Ele não presenteia, pede. Suas vestes não são vermelhas. No saco que carrega  não tem brinquedos, e sim cobertor, colchonete, bermudas, camisas,  uma delas do Palmeiras, apesar de ser Corintiano.  Tem 63 anos e não é aposentado. Queria ser médico, mas acabou formado em psicologia. Foi pintor, funileiro, mecânico, borracheiro, maquinista de trem de carga,  mas atualmente esta desempregado. Papai Noel também é majestade, ao contrário do Rei Midas que transformava em outo tudo que tocava.
 – Sou Rei merda, tudo que toco vira merda.
Com um corotinho de cachaça na mão e um cigarro nos lábios, Papai Noel revela que tem amnésia. Perdeu o bilhete de ônibus que ganhou da Assistência Social, mas acabou reencontrando todo molhado e amassado. Tem três filhos formados. Já teve muito dinheiro, viveu também em baixo de ponte. Morou em Mauá, São Bernardo, Santo André, Ribeirão Pires e muitas outras cidades. Atualmente mora em São Paulo. Acredita que é fácil viver sem Deus, mas terrível morrer sem. Há nove meses saiu de casa com destino a Araxá (MG), onde foi buscar documentos que precisa para conseguir aposentar, e planeja estar de volta em 20 dias.

Ele quase foi assassinado

Papai Noel quase foi morto, vítima da violência. Ele morou em baixo de uma ponte em Parati, Rio de Janeiro, na divisa com Ubatuba. Estava tranqüilo, tinha acabado de jantar e ficou deitado perto de uma fogueira que tinha feito para se aquecer. Foi surpreendido por um homem com uma arma calibre 32.
- Um cara desceu da ponte, me ofendeu várias vezes e ameaçou me matar. Atirou seis vezes e errou todas. Passei a mão num pedaço de pau acesso e bati na cara dele. Depois de uma gritaria e vucu-vucu a policia chegou e acabou com a bagunça - lembra Papai Noel.

Gilberto Lemes

É o nome desse simpático senhor que se apresentou como Papai Noel, e realmente já trabalhou como tal. Ele é um exemplo de vida para todos, e tem fé que tudo ira melhorar. “A esperança não é a última que morre, mas sim a primeira que nasce.”
Para Gilberto, quem quer ter uma vida feliz precisa ser “taxatista (sic), bilateral e honesto”. Anteontem, quinta feira, ele pegou o ônibus para Tambaú acreditando que, com sua idade, possivelmente não conseguira voltar a Santa Rosa, a qual adjetivou como acolhedora e prestativa.
- Cheguei todo molhado. Deram-me roupa e comida. Só não me senti em casa porque não deitei na sala de ninguém.” Brinca.


Bastidore da matéria


Em quase todos os bastidores da matéria eu coLoco “Essa matéria”, mas dessa vez vou me policiar para não colocar mais “Essa matéria”, isso é faltAs de um vasto aglomerado de vocábulos para escrever. Eu dIsse que não colocaria “Essa matéria”, mas já coloquei “EsSa matéria”, mas foi à última vez que coloco “Essa matéria”.
Apenas seguindo o Padrão Desocupado por Opção: matéria, bastidores (dessa vez) apenas com os fatos, não tenho excentricidades interessantes.
Vou contextualizar, chovia, tinha a companhia do Rafael e estava fazendo a enquete: O que Santa Rosa precisa com mais urgência? (ver em posts mais antigos para mais informações). Fomos à casa de um camarada pra guardar as bicicletas, mas ele tinha saído pra passear de guincho. O jeito era sair de bike mesmo (Eu estava reclamando de bike, o príncipe Willian saiu de charrete com sua mina depois do casório). 
Um senhor parou do nosso lado e falou: “Você não quer dar sua bicicleta para o Papai Noel?” Dei um beijo em todos os bíceps e disse não, velho folgado, quase mandei ele... Nada, ele era muito de boa, puxou o maior papo com agente.  Pensei que era Jesus disfarçado de velinho, deve ser porque  tenho em mente a cena final do filme “O Auto da Compadecida”, mas enfim, conversamos até a chuva parar e saímos para fazer a enquete. 3/6 de uma hora já passadas, meu instinto jornalístico me fez ir atrás daquela figura novamente, que eu tinha entrevistado na enquete, olha como sou inteligente, perguntei pro Gilberto o que mais precisava em Santa Rosa: - Jornalistas mais descentes! Seria a resposta perfeita, onde já se viu fazer uma pergunta dessas para quem não mora na cidade? Q bsurdo! Encontramos o Papai Noel aos prantos, por ter perdido seu vale transporte. Comovidos pela aquela situação mobilizamos a população ao redor para se juntar a causa. Com todos os interessados fizemos uma mega operação pente fino: Só eu e o Rafael. Depois de uma volta no quarteirão voltamos com o vale em mãos, o Gilberto quase chorou de “emoção quando acabou de ler”. Ele repetia “Cara, ceis são foda mémo!”, ele é mó sinhorzinho das gírias. Ele topou me dar uma entrevista na rodoviária, o que atiçou a curiosidade dos presentes. Cada um tinha uma reação, parecia último capítulo de novela, uns riam, outros curiosos, tinha quem ficava com cara de paisagem, teve gente que ficou triste, não posso me esquecer de um maluquinho que tentou participar da entrevista de qualquer jeito, mas todos tinham o mesmo objetivo com os olhares, descobrir a história do Papai Noel! 4/6 de uma hora foi o que precisei para entrevistá-lo, quando ele falava, parecia um PC velho carregando informações. Ele perdeu o primeiro ônibus e se não fosse eu e o Rafael fazer a secretária da empresa trocar o vale por uma passagem ele ficaria ali pra sempre. Nota: Não sei informar se realmente conseguiu pegar o seu ônibus!